sábado, 30 de junho de 2012

O telefone toca, era tarde. 
— Alô? 
— Luc? 
— Quem é? 
— Você não vê quem é antes de atender o telefone? 
— Cara, são 2:30 da manhã Bárbara. 
— Não me chama de Bárbara, odeio e você sabe. 
— Desculpa amor, o que foi? 
— Tô com problema. 
— Me diz, o que foi? — Ele se preocupa. 
— Tô gorda e sem sono. 
— Bárbara! Não acredito que me ligou para isso. 
— Queria ouvir elogio mô.
— Babi, você é linda! 
— Que lindo, vem cá que estou com vontade de te bater. 
— Seja mais romântica, pelo amor de Deus. 
— Deixa eu te bater ouvindo Claudinho e Bochecha.
Ele começa a rir, ela se segura e canta. 
— Amor sem beijinho, Bochecha sem Claudinho, sou eu assim sem você. 
— Para de cantar amor, por favor. 
— Canto mal? 
— Não, é que sei lá. Tá, você canta mal. 
— Que horror amor. 
Ele ri. — Me ligou para isso? 
— Também.
— O que mais? 
— Canta para mim? 
— Ah Babi, não. 
— Por favor. 
— Ai, qual música?
— Só hoje! 
— O quê? Nunca! 
— Por favor, por mim. 
Ele ri e aceita. 
— Posso começar? 
Ela ficou feliz, ele cantaria. — Pode. 
— Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito, nem que seja só para te levar pra casa, depois de um dia normal. — Ele ouve risadas. — Olhar teus olhos de promessas fáceis e te beijar a boca de um jeito que te faça rir, que te faça rir. Hoje eu preciso te abraçar, sentir teu cheiro de roupa limpa, pra esquecer os meus anseios e dormir em paz. — Ele não escuta nada. E continua. — Hoje eu preciso ouvir, qualquer palavra tua, qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria, em estar vivo. Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar e dizendo que eu sou causador da tua insônia, que eu faço tudo errado sempre. Sempre! — Ele para. 
— Babi? 
Ela tinha caído no sono, ele sorri e diz: 
— Boa noite pequena, eu te amo. — E desliga o telefone.

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